Além da exoneração, o MPPE orienta que o prefeito se abstenha de nomear cônjuges, companheiros ou parentes, até o terceiro grau, por consanguinidade ou afinidade, para cargos de provimento em comissão, funções de confiança e funções gratificadas, excetuando-se apenas cargos políticos, como consta da súmula vinculante 13, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A Prefeitura de Brejão tem o prazo de 10 dias para informar à Promotoria se acatou a recomendação, anexando cópia do ato de exoneração da servidora.
O não cumprimento da determinação poderá resultar em medidas judiciais e extrajudiciais, incluindo a instauração de inquérito civil e a propositura de Ação Civil Pública por Ato de Improbidade Administrativa.
Entenda o caso
A Segunda Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania de Garanhuns já havia aberto um inquérito para apurar a denúncia de nepotismo envolvendo a cunhada do prefeito e esposa do secretário de Administração, Marcos Aurélio Florentino de Barros.
De acordo com a denúncia, Márcia foi nomeada por meio da Portaria nº 126/2025. Ela é servidora efetiva de outro município, Saloá, e está cedida para Brejão, mas segundo o MPPE, essa condição não afasta a configuração de nepotismo, pois a nomeação para cargo em comissão viola diretamente a Súmula Vinculante nº 13 do STF.
O MPPE ressalta que a Súmula Vinculante nº 13 prevê exceções à regra, permitindo a nomeação de parentes apenas quando houver qualificação técnica inquestionável e compatibilidade da nomeação com o interesse público.
A jurisprudência, porém, exige comprovação de aptidão superior à de outros candidatos, de forma a justificar a singularidade da escolha, e não apenas alegações de experiência ou titulação
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Postagens ofensivas não serão publicadas.