sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Queda de passageiros e prejuízo de R$ 400 mil/mês levam São Cristóvão a pedir apoio da Prefeitura para evitar paralisação em Garanhuns



A empresa de transporte coletivo São Cristóvão, responsável pela operação do sistema urbano de Garanhuns, afirmou durante reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte, realizada no dia 25 de novembro, que enfrenta uma crise financeira sem precedentes e que poderá suspender parte ou toda a prestação do serviço caso não haja apoio financeiro do município ou uma repactuação contratual. A declaração foi feita pelo gerente da empresa, Domingos de Sá.


O contrato de concessão está vigente desde 2012, completou 13 anos de operação em agosto de 2025 e possui duração inicial de 17 anos, restando quatro anos de vigência. Segundo Domingos, desde a pandemia houve redução severa no número de passageiros, da frota e do quadro funcional. Em 2019, cerca de 600 mil pessoas por mês utilizavam o sistema, sendo 400 mil pagantes, com 34 veículos em operação. Hoje, a média é de 180 mil passageiros mensais, 90 mil pagantes e 21 ônibus — queda de 17 mil para cerca de 4 mil pagantes por veículo.


De acordo com o gerente, o custo mensal do sistema chega a R$ 878 mil, enquanto a receita média é de R$ 420 mil, gerando déficit superior a R$ 400 mil por mês. Domingos informou ainda que, segundo a planilha atual para cobrir os custos, a tarifa calculada deveria ser de R$ 9,27, valor considerado inviável. Ele afirmou também que a renovação da frota tornou-se impraticável, já que os veículos custam entre R$ 623 mil e R$ 793 mil, e o contrato exige idade máxima de 10 anos, requisito que não pode mais ser atendido.


Domingos disse que a empresa opera com prejuízo contínuo desde 2020, sem perspectiva de recuperação da demanda. Eventos antes responsáveis por aumento de passageiros, como o Festival de Inverno, já não exigem reforço de frota. Ele afirmou ainda que gratuidades chegam a 80% em linhas como Brasília. A média dos últimos 12 meses contabiliza 83.659 pagantes e 94.788 não pagantes.


Sem subsídio municipal ou revisão contratual, a São Cristóvão deverá suspender horários de baixa demanda — especialmente aos sábados à tarde, domingos e feriados. “A situação está em nível de urgência e há risco de paralisação completa do serviço”, declarou o gerente.


Posicionamento do município


O portal V&C ouviu o prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino, que afirmou estar analisando a solicitação apresentada pela São Cristóvão. Ele disse que compreende as dificuldades enfrentadas pela empresa, mas destacou que a decisão envolve valores elevados e questões complexas, e que ainda não há definição sobre o subsídio pleiteado.


Reiteração da empresa


O portal também procurou Domingos de Sá, que reiterou o que foi apresentado na reunião, ressaltando as dificuldades financeiras enfrentadas e a necessidade de colaboração por parte do município para viabilizar o subsídio e garantir a continuidade do transporte público, considerado essencial para a população de Garanhuns.


Domingos afirmou que, sem esforços conjuntos, há risco real de a cidade ficar sem transporte coletivo regular, o que causaria grave prejuízo social.

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