sábado, 13 de agosto de 2011

Garanhuns se destaca no ensino superior, mas sofre com falta de professores

A falta de professores qualificados para as vagas é um problema para o município, que abriga três grandes instituições de ensino superior e oferece 21 cursos

Reprodução/TV Globo
Foto: Reprodução/TV Globo
Quando o assunto é ensino superior, o município de Garanhuns aparece com destaque no Interior do Estado. São oferecidos 21 cursos nas três instituições - esse número dobrou em apenas cinco anos. O problema é a falta de professores universitários para atender a essa demanda. Na Universidade de Pernambuco (UPE), a aula inaugural do curso de medicina foi adiada, pois as atividades só começarão no próximo dia 22.

Os estudantes não escondem a frustração. “Teve sete meses para começar em agosto. O curso é 2ª entrada justamente por isso. E não começou”, opinou Kaio Galindo (foto 1). Agora, todos estão na expectativa para o início das aulas. “A gente está ansioso para que daqui a duas semanas acabem essas férias eternas”, diz o estudante Arthur Araújo.

De acordo com o diretor regional da UPE, Pedro Falcão (foto 2), há, pelo menos, quatro motivos para essa falta de professores no Interior. “O Estado não tem, ainda, um número de professores qualificados com titulação para atender às vagas. Tanto que nesse último concurso da UPE, nós pedimos para auxiliar, apenas com especialização”, explica. “Quanto mais vamos nos distanciando da capital, essa dificuldade aumenta”.

A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) precisa de 45 professores para completar o quadro de 175. Lá, a maior demanda é na área de ciência da computação. “Os profissionais formados nessa área que têm doutorado, têm campo amplo de trabalho e com salário bem maior do que nós oferecemos. Hoje, um salário de um profissional desse, com doutorado, gira em torno R$ 15 mil, R$ 20 mil. Aqui, um doutor é em torno de R$ 6 mil”, diz o diretor geral da UFRPE, Airon Melo (foto 3).

A Autarquia de Ensino Público Superior de Garanhuns (AESGA) fez um concurso público, mas nenhum professor de inscreveu. A AESGA usa de outros meios para não prejudicar o andamento dos cursos. “Tendo professor aqui, nós temos que fazer a contratação direta. Buscar fora, nos grandes centros, garimpar o professor, que hoje está difícil no mercado. E estamos investindo nos cursos de mestrado, doutorado, com alunos que estão recém formados, para formar a nossa própria mão de obra”, diz o coordenador geral da AESGA, Adriano Sena (foto 4).
PE 360

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