sábado, 25 de abril de 2015

Professor faz cálculo na ponta do lápis e diz que reajuste de 13,01% concedido pela prefeitura de Garanhuns à categoria não contemplou todos os educadores de maneira igual

Ficha financeira do professor Lincoln Cardoso mostra
que aumento, no caso dele ficou abaixo dos 13,01%
(Clique na imagem para ampliá-la)

Vive dias difíceis a relação entre os professores da Rede Municipal de Ensino e a Prefeitura de Garanhuns. Os ânimos começaram a se acirrar quando o prefeito sancionou uma lei mudando a forma como é concedido o Abono Educador, uma espécie de 14º salário da categoria, pago sempre no mês de outubro e que agora é condicionado à sobras de rateio da conta 60% do Fundeb. A questão não se encerrou com a oficialização da nova regra. Os educadores querem que a lei seja revogada e contam com o apoio do Ministério Público, que emitiu uma recomendação à prefeitura criticando a medida e sugerindo sua retificação imediata. Uma reunião está marcada na Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania de Garanhuns para a próxima semana e uma greve geral, como forma de pressionar o Executivo Municipal  a voltar atrás na questão, não está descartada. 

Como se não bastasse a polêmica do Abono Educador, o Governo Municipal pode ter que lidar com outro abacaxi nos próximos dias. É que ao que tudo indica, o índice de 13,01% de reajuste  no piso salarial dos professores, anunciado pela prefeitura como cumprimento da legislação federal não contemplou todos os docentes de maneira linear.  A afirmação é de Lincoln Matias Cardoso, professor do município há 8 anos e um ferrenho crítico da política educacional da atual gestão. 

Em contato com o V&C, Lincoln disse que, ao calcular o comparativo da sua ficha financeira com os salários de março e abril, constatou que o aumento, no caso dele, só foi de 9,75% e não os 13,01% previstos. "Ano passado o reajuste do piso ficou em 8,32% e foi dado a todos os professores de maneira igual. Por que agora está ocorrendo essa diferença nos índices? Teve companheiro nosso que fez o mesmo cálculo que eu e obteve apenas 6,8%, quase metade do previsto em lei", ressaltou o educador. 
Professor postou indignação em uma rede social

As folhas de pagamento de Lincoln com o insólito comparativo foram postadas no seu perfil no Facebook e, nos comentários, alguns outros educadores reclamavam de também não terem recebido os 13,01%, levando a crer que o reajuste foi concedido sim, mas de maneira não linear, ou seja, quanto maior o salário do professor mais distante ele fica da integralidade dos 13,01%. Caso o problema seja de fato este, não é exclusividade de Garanhuns. Alguns outros municípios do país adotaram situação análoga alegando que o índice de reajuste se aplica ao piso que era de 1.697 reais e passou para R$ 1.917,00, e não de forma linear sobre o salário dos professores. Lincoln discorda desse subterfúgio. Para ele, a lei não faz distinção a professor que ganha mais ou menos. Ela diz que o reajuste deve ser aplicado. "Como divulgaram nas mídias escritas, faladas e principalmente nos blogs,pelo governo municipal, vereadores e alguns secretários. Tivemos a péssima constatação que o aumento para muitos professores foi abaixo do índice prometido,acordado e falado Estamos lutando pelo nosso Piso de 13,01% para todos e o abono educador que foi praticamente tirado a força pois nunca teremos sobras da conta 60%", encerrou Lincoln

O valor do novo piso valor vale para professor de escola pública com regime de 40 h semanais. Entramos em contato com a Prefeitura de Garanhuns para que esta tenha a oportunidade de prestar esclarecimentos sobre a questão e aguardamos a resposta da mesma.

Professor Lincoln Matias Cardoso
Foto: Arquivo Pessoal





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