segunda-feira, 15 de julho de 2013

Comércio é aquecido durante Festival de Inverno


Nos últimos anos o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) consolidou-se como um dos principais eventos do estado. Além de artistas locais, regionais e nacionais, o evento tem atrações como oficinas, peças de teatro e demonstrações da cultura popular, além de oferecer outros atrativos, inclusive naturais. A pesquisa foi realizada no final de junho pelo Instituto Fecomércio-PE junto a 351 estabelecimentos, dos quais 86,6% encontram-se no setor do comércio, com maior representação no ramo de bens de consumos semiduráveis (33,6%), onde se destaca o segmento de vestuário e tecidos (23,9%).

Para os empresários e/ou gerentes dos estabelecimentos pesquisados, o clima ameno é o fator que mais atrai turistas para o município durante o FIG, com 65,8% das respostas apontando nesse sentido, proporção que nos serviços corresponde a 61,7% e no comércio a 66,4%. Para o comércio, outro atrativo procurado pelos turistas é a estrutura física montada na cidade; já os empresários e/ou gerentes do ramo de serviços consideram que o que leva os turistas a visitar a cidade são as atrações artísticas e shows.

De acordo com os gestores pesquisados, a limpeza da cidade, o bom atendimento ao turista, a segurança e a oferta de hospedagem são os fatores que mais se destacam durante a realização do FIG. Por outro lado, ressaltam como aspectos críticos a baixa disponibilidade de estacionamento e a divulgação do evento, que na opinião de muitos entrevistados deveria ser feita pelo menos um mês antes do Festival, e não a poucos dias do seu início, como vem ocorrendo.
Por sua vez, questionados se as empresas colaboravam de alguma forma para o sucesso do FIG, quase ¾ dos estabelecimentos pesquisados responderam que não, e os que responderam positivamente disseram participar com cotas de patrocínio para a divulgação do evento, contribuindo para a elaboração de panfletos, folders e cartazes. A baixa proporção de empresas que colaboram diretamente com o evento do FIG está relacionada às dificuldades pelas quais passam o comércio e os serviços locais, com destaque para os impactos da seca que assola o estado e de forma significativa o agreste, com forte repercussão negativa na pecuária, principal atividade econômica da região.
Agropecuaristas e comerciantes sofreram queda nas suas atividades, principalmente no comércio de vestuário, eletrodomésticos e mercadinhos da periferia da cidade, com consequências difundidas nos supermercados do centro urbano. Outros fatores apontados como dificultadores da atividade comercial local foram: a carga tributária (apontada por 47,0% dos entrevistados), as altas taxas de juros (37,6% das respostas) e a pressão inflacionária recente (35,9%).Para reverter esse quadro, os entrevistados sugerem algumas melhorias que poderiam contribuir para dinamizar as vendas do comércio e serviços, a maioria delas relacionadas à atuação do poder público. É notória a importância da questão da mobilidade, para a qual se destaca a necessidade de criação de estacionamentos, indicado por 87,7% dos estabelecimentos pesquisados (nas empresas do ramo comercial essa proporção corresponde a 87,2% enquanto nas dos serviços é de 91,5%), e o disciplinamento do trânsito (apontado por ¾ dos entrevistados; no ramo dos serviços esse percentual é de 89,4%).

Outro aspecto avaliado pelos gestores pesquisados como importante para alavancar os negócios durante o FIG é a criação de campanhas publicitárias (60,1% das respostas), que poderiam ser objeto de ação conjunta das entidades de classe do setor terciário e do poder público.Um elemento que serve como importante indicador da probabilidade de êxito para as empresas locais do setor terciário é a expectativa de faturamento, por ocasião do evento. Nesse sentido, aproximadamente 2/5 (42,4%) dos empresários e/ou gerentes entrevistados esperam ter um faturamento maior em 2013 em relação ao obtido no ano de 2012. Outros 43,8% consideram que as vendas ocorrerão no mesmo patamar de 2012. Vale ressaltar que a expectativa do ramo dos serviços é bem mais otimista do que a do comércio, com 73,3% do primeiro esperando obter faturamento maior neste ano em relação ao ano passado, contra 37,8% no comércio.

O faturamento durante o FIG representa 14,4% do faturamento anual das empresas consultadas. Quando se observa separadamente o comércio e os serviços, esse percentual reflete o fato de que a importância do festival é relativamente menor para os estabelecimentos comerciais, contribuindo para 11,9% do faturamento do ano. Na verdade, as características do evento favorecem muito mais os serviços, cujo faturamento no período representa 31,2% do faturamento anual.O peso relativamente menor do FIG no comércio local fica evidente quando se observa que 91,7% dos estabelecimentos comerciais declaram ter no máximo 25% do seu faturamento oriundo do evento, enquanto somente 0,3% das empresas pesquisadas obtêm mais de 76% nessa ocasião.

Já no ramo de serviços, onde predominam atividades ligadas a hospedagens e alimentação, ocorre mudança considerável nessas proporções. Pouco mais da metade dos entrevistados (53,5%) têm até 25% do seu faturamento obtido durante o festival, enquanto 16,3% das empresas pesquisadas – a maioria destas no ramo da hotelaria – declararam que mais de 76% das suas vendas se originam nesse evento.As informações coletadas registram, além disso, que 26,8% do faturamento realizado durante o FIG se deve ao consumo de turistas.

Também nesse aspecto é possível identificar uma importante diferença entre o comércio e os serviços no perfil do consumidor atendido durante o festival: de fato, no comércio os turistas são responsáveis por aproximadamente 20,8% do faturamento, enquanto para os serviços esse percentual sobe a 67,3%.
Esse diferencial é explicado quando se observa, em maiores detalhes, as informações do comércio e dos serviços separadamente. Em relação ao consumo dos turistas durante o FIG, 72,2% dos estabelecimentos do comércio indicam que essa classe de consumidores participa com até 25% da receita obtida durante o festival, ao passo que, para 20,2% dos estabelecimentos comerciais, essa participação se encontra na faixa de 25% a 50% do faturamento alcançado no evento. Por outro lado, apenas 2,6% das empresas pesquisadas declaram faturar mais de 75% com turistas durante o FIG.

Já em relação aos serviços, 35,6% dos estabelecimentos indicam que os turistas respondem por mais de 76% do faturamento durante o festival, ao passo que apenas 6,7% das empresas apontam que essa classe de consumidores se responsabiliza por no máximo ¼ dos ganhos. Um indicador nesse sentido é o nível de ocupação esperado pelos estabelecimentos hoteleiros, onde 72,2% dessas unidades projetam ocupar mais de 76% das habitações disponíveis.Apesar da movimentação promovida pelo FIG, a pretensão de contratação de mão-de-obra temporária pelo comércio local é relativamente tímida, contrastando com a tendência dos serviços. No comércio, verifica-se a significativa parcela de 86,5% de estabelecimentos que não têm planos de gerar novos postos de trabalho temporário, proporção que se reduz para 36,2% nas empresas vinculadas aos serviços.

A previsão anunciada é de que apenas 12,5% das empresas comerciais contratem 79 pessoas, o que dá uma média de 2,1 trabalhadores por estabelecimento. No setor de serviços, no entanto, 63,8% dos estabelecimentos pretendem contratar 162 pessoas, uma média de 5,4 pessoas por empresa.Entre os ramos de atividade comercial e de serviços, que mais pretendem contratar mão-de-obra temporária, destacam-se o de bares, restaurantes e lanchonetes (50,2% das contratações), hotelaria (17,0%), comércio de vestuário e tecidos (10,8%) e de calçados (10,8%).Os resultados apresentados mostram que são boas as expectativas dos empresários e gestores em relação aos impactos da realização do FIG sobre a economia local. É importante ressaltar, porém, que existem diferentes perspectivas entre os ramos do comércio e dos serviços. A expectativa é de que este último seja mais dinamizado, em virtude da maior demanda de serviços de alimentação (impactando sobre os bares, restaurantes e lanchonetes) e de hospedagem.

Os dados de faturamento e emprego relativos ao período de realização do festival atestam que para as empresas comerciais também ocorrerá incremento no faturamento e na contratação de pessoas, mas em proporção menor em relação aos serviços. De fato, em relação ao faturamento, a expectativa para o evento de 2013 em relação ao de 2012 é de um crescimento de 5,9%, proporção que atinge 17% nos serviços, reduzindo-se para 4,3% nas empresas do comércio.

Fecomércio Pe

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