terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Militares estaduais denunciam carências de sistema de saúde na Alepe


Problemas e sugestões de melhorias no Sistema de Saúde dos Militares de Pernambuco (Sismepe) foram discutidos, ontem, em encontro realizado pela Frente Parlamentar de Segurança Pública da Alepe. A audiência pública abordou, principalmente, a situação fi nanceira e as carências de estrutura e pessoal do Centro Médico-Hospitalar (CMH) – conhecido como Hospital da Polícia Militar e localizado no bairro do Derby, no Recife –, assim como de outras unidades vinculadas ao serviço. 

A origem do debate foi um ofício interno do Sismepe determinando que exames e cirurgias nas redes credenciadas fi cassem restritos a emergências, enquanto os procedimentos eletivos seriam deixados para o próximo exercício fi - nanceiro. De acordo com o diretor-geral de Administração da PMPE, coronel João Bosco, o documento representou apenas um procedimento normal de fi m de ano do setor público. “O atendimento continua no hospital e nas policlínicas do sistema. Aconteceu o mesmo que ocorre nos planos de saúde privados, em que, às vezes, só se consegue marcar um exame para daqui a dois meses”, pontuou. 

“O período de fi m do ano facilita que militares do Interior venham ao Recife e tragam seus dependentes para fazer exames, por exemplo. Deveria haver um planejamento na corporação para impedir que esses atendimentos fossem suspensos”, argumentou o deputado Alberto Feitosa (SD), que é policial militar reformado.

 Usuários também se queixaram da demora em atendimentos como mamografi as e exames especializados. Segundo o Sindicato dos Servidores Civis da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (SisciPM/CBM), 70% das vagas dos servidores civis do Sismepe não foram preenchidas. “Não há reposição dos ofi ciais médicos e de funcionários que estão se aposentando”, apontou o coronel Josué Limeira da Silva Júnior, presidente do Clube de Ofi ciais da Polícia Militar e da Companhia de Bombeiros Militares. 

“A verdade é que a situação da Hospital da Polícia Militar não é boa. Temos muitos casos difíceis relatados pelos companheiros”, avaliou José Roberto Vieira, representante da Associação de Praças dos Policiais e Bombeiros Militares de Pernambuco (Aspra- -PE). Os deputados Joel da Harpa (PP) e Fabrizio Ferraz (PHS) também defenderam a expansão dos serviços do Sismepe no Interior do Estado e a criação de um grupo de fi scalização formado por usuários do sistema. 

João Bosco, por sua vez, apresentou medidas de gestão que estão sendo utilizadas para melhorar a situação do hospital. Ele citou a inauguração de salas de psicologia e psiquiatria, além de novas estruturas de atendimento de alta complexidade no CMH e de medidas como a internalização de procedimentos para a redução de custos. “O nosso hospital ideal necessitaria de R$ 50 milhões em investimentos”, avaliou o coronel. Alberto Feitosa anunciou que vai propor, no ano que vem, dois projetos de lei destinando 25% da taxa de Fiscalização e Utilização de Serviços Públicos e da Taxa de Bombeiro para o Sismepe. Contudo, o coronel Josué Limeira informou que já houve compromisso político nesse sentido, mas a ideia não foi implementada. “À época, o governador aceitou. Mas, posteriormente, isso não foi colocado em prática, porque outros secretários não viram com bons olhos”, relatou. 

O coordenador da Frente Parlamentar de Segurança Pública, deputado Delegado Erick Lessa (PP), informou que será criada uma comissão com participação de deputados e representantes dos usuários do Sismepe para encaminhar soluções ao Governo do Estado. “Vamos conversar com a Secretaria de Administração para saber como estão os grupos de trabalho que foram formados para este fim.

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