As revelações do presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Álvaro Porto (PSDB), sobre a existência de uma suposta “milícia digital” operando dentro do Palácio do Campo das Princesas, sob o comando do secretário executivo de Informações Estratégicas do governo do estado, Manoel Pires Medeiros Neto, ganharam um novo capítulo.
Até agora, a polêmica girava em torno da denúncia anônima apresentada ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) contra a deputada estadual Dani Portela (PSOL). O documento atribuía à parlamentar a contratação de uma empresa fantasma ligada a um familiar de seu marido para prestar serviços de consultoria ao gabinete. Dani nega as acusações.Entretanto, informações obtidas com exclusividade pelo V&C — e confirmadas a partir do acesso a documentos — apontam que Manoel Neto também teria protocolado, em julho de 2024, uma outra denúncia anônima, e desta vez contra o prefeito do Recife, João Campos (PSB), junto ao Ministério Público Federal (MPF).
À época da representação junto ao MPF, Neto já trabalhava como secretário executivo no governo do estado, locado na Secretaria de Comunicação.
Na representação contra João Campos, foram citadas supostas irregularidades em contratos firmados pela Prefeitura do Recife com empresas de engenharia — entre elas, Sinarco, Max Construções e Alca Engenharia — responsáveis por obras em escolas e unidades de saúde.
O MPF ainda analisa o conteúdo da denúncia, e a Prefeitura do Recife nega as acusações, que repercutiram na imprensa em maio deste ano, mas o que chama atenção, no entanto, é o fato de o mesmo assessor do governo Raquel Lyra estar ligado a duas denúncias distintas, ambas mirando adversários políticos da governadora.
A revelação de que também partiu de Manoel Medeiros Neto a denúncia contra João Campos, fortalece a acusação do presidente da Alepe, Álvaro Porto (PSDB), de que ele lideraria uma suposta “milícia digital que tem como alvos adversários políticos da governadora Raquel Lyra.
ENTENDA O CASO
O deputado estadual Álvaro Porto fez um discurso na tarde desta quarta-feira, 20 de agosto, na tribuna da Alepe, revelando que a denúncia feita contra a deputada Dani Portela partiu do assessor do gabinete da governadora Raquel Lyra, Manoel Pires Medeiros Neto.
Logo após a fala de Porto, Neto divulgou nota assumindo a autoria da denúncia, mas frisando que o anonimato é uma garantia legal da Constituição. O assessor também disse que não se intimidaria com o discurso do presidente da Alepe e reforçou que vai pedir proteção por temer por sua integridade física.
O governo do estado ainda não se pronunciou sobre a denúncia feita por Álvaro Porto.
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