sábado, 11 de março de 2023

71° BI MTZ, 56 ANOS: O DIA EM QUE O BATALHÃO AJUDOU A LEVAR A PAZ PARA EXU, TERRA DE LUIZ GONZAGA



SENTINELA DO AGRESTE

  (Um batalhão multifacetado)

BATALHAO PACIFICADOR

OPERAÇÃO PRESENÇA EXU (1972)

Havia na cidade de Exu, no sertão pernambucano,  uma guerra fratricida. A briga se dava entre duas tradicionais famílias:os Alencar e os Sampaio, que se enfrentavam pelo domínio político do município.


 Às 00h10min do dia 19 de setembro de 1972 cumprindo determinação da Sétima Região Militar,o 71º BI Mtz, deslocou-se para o Sertão do Pajeú com uma missão muito difícil:pacificar um conflito que se arrastava desde 1949.


Na operação batizada de “OPERAÇÃO EXU,tomaram parte 17 oficiais, 43 Subtenentes e Sargentos e 372 Cabos e Soldados. 


Coronel Ivo, 3º comandante do 71º BI MTZ , exímio negociador, coordenou pessoalmente as atividades. 

A tropa do 71º BI Mtz chegou a Exu no dia 20 de setembro de 1972 depois de um longo périplo cruzando o agreste e sertão de Pernambuco e encontrou uma população amedrontada e de portas fechadas 

Há dois meses não ocorria a feira livre, mas a ordem do comandante, antecipando o que viria ser anos depois o lema do Exército, (Braço Forte, Mão Amiga) era a não violência.”Estamos em uma Operação de paz.Não usaremos as armas a não ser para defender nossas vidas ou a de algum inocente", disse Ivo.

Começaram então os patrulhamentos motorizados e a pé realizados pela tropa nos becos e vielas da cidade onde muitas armas foram apreendidas. 

Paralelo a  isso, Coronel Ivo auxiliado pelo seu experiente Estado-Maior, iniciava uma dura agenda de negociações com os Sampaio e os Alencar.O clima era tão hostil que as reuniões realizadas no ginásio de esportes, eram marcadas em separado.Ouvia-se uma família de cada vez.  

O Sr João Machado, que incorporou em 1972 e participou daquela missão, conta que o grande comandante instruiu seus subordinados para começar um processo de ganho de confiança da população, mas sem perda da autoridade.

Foi pensada então a idéia de realizações de retretas em praça pública. O objetivo era combater a violência com música e não com armas distraindo a população enquanto o Estado-Maior do Batalhão reunia as duas belicosas famílias em busca de uma solução pacífica para o conflito.

E foi assim que O Sr João Machado trocou o fuzil  por um contrabaixo, assumindo um lugar no inusitado conjunto. 


Só na cidade de Exu, foram realizados 10 bailes.”Antes isso a termos que usar as armas, disse o seu João em depoimento.”Ele conta também que o “conjunto da paz” tocava totalmente equipado de capacete cinto e cantil.

 A idéia surtiu tanto efeito que a população achando aquilo sensacional foi aos poucos amainando o sentimento de desconfiança e comparecendo em massa aos bailes e retretas.


 Nessa missão, os grandes heróis não foram atiradores mas  músicos improvisados.

Ao final da Operação presença, o Coronel Ivo com a habilidade que lhe era peculiar, conseguiu fazer com que as duas famílias assinassem um acordo de paz e ao fim se dessem um aperto de mão. No dia 25 de setembro de 1972, o Batalhão Pacificador regressou a Garanhuns com o senso do dever cumprido 

O Sd Tavares, que era outro integrante do grupo musical, conta um fato interessante.

 Segundo ele, 10 anos depois teria encontrado o grande Rei Do Baião, Luís Gonzaga (filho de Exu) quando ele se apresentava em um baile no colégio municipal em Garanhuns. Tavares teve acesso ao Rei, porque também era músico.

 Após o show, Gonzaga teria expressado a sua satisfação pela paz que o 71º BI Mtz levara há Exu uma década atrás 

“MEU JOVEM, QUIZERA DEUS QUE O BATALHÃO DE VOCÊS FIZESSE UMA OPERAÇÃO DESSA DE DOIS EM DOIS ANOS NA MINHA CIDADE”, teria dito o famoso cantor pernambucano que anos depois ajudou em outro processo de pacificação.


Um General achou a operação tão exitosa que determinou ao 71°  que atuasse em outras cidades do sertão. Entre elas estava a antiga Petrolândia hoje submersa pelas águas de uma barragem.


 E foi assim que, com habilidade e competência, o 71° BI MTz batalhão levou a paz ao sertão.


Para isso foi preciso apenas o contra baixo do Sd João, a guitarra do sd Edinho, o sax do soldado Lira e o pistão do Sd Roberto. No repertório,Renato e seus Blue Caps, Roberto Carlos e Erasmo Carlos. BONS TEMPOS AQUELES.

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