domingo, 5 de fevereiro de 2012

Ex-viciado em drogas que se recuperou em Garanhuns, lança livro sobre sua experiência


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Após passar seis meses em processo de recuperação em um espaço aberto para receber usuários de drogas que pretendem abandonar o vício na Fazenda da Esperança Santa Rosa, localizado em Garanhuns, o professor e pesquisador José Romero Cardoso da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) decidiu escrever o livro trazendo testemunho real das experiências pelas quais passou na fazenda. 

Quem hoje vê o professor lecionando e desempenhando suas atividades de pesquisa na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) não consegue imaginar que por 16 anos ele foi escravo das drogas. A história do docente tinha tudo para ser mais uma nas estatísticas de vidas destruídas pelos entorpecentes. No entanto, ele conseguiu reverter o jogo e vencer a batalha. O segredo para conquistar essa façanha? Força de vontade. 

As experiências do período de consumo e recuperação das drogas são retratadas no livro "Fazenda da Esperança Santa Rosa: reminiscências de um processo de retorno à vida". Título que será lançado na próxima quarta-feira, 8, na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (Fafic) da Uern, às19h30. O exemplar tem apresentação de Marinalva Freire da Silva, prefácio de Archimedes Marques e posfácio de Nelson Barbosa.

 Na abertura do livro, José Romero fala dos seus sentimentos sobre a Fazenda: "Levado por Deus e conduzido por Benedito Vasconcelos Mendes e seu cunhado Paulo Leite, (...) cheguei a Fazenda da Esperança Santa Rosa em um dia de domingo, à noite, mais precisamente aos 27 de fevereiro de 2011, permanecendo até o dia 6 de setembro do mesmo ano". No enredo, ele detalha a história dos sete meses que mudaram sua vida. De acordo com o professor, nas páginas do livro as pessoas irão encontrar um depoimento real do seu processo de recuperação. Conforme José Romero, a permanência na Fazenda da Esperança é baseada no tripé espiritualidade, trabalho e convivência. "No texto, eu conto como é o cotidiano da Fazenda, como é a rotina de um lugar onde você precisa conviver com pessoas que nunca viu, além das dificuldades e os graves problemas enfrentados durante o processo de recuperação", revela. 

No texto, o professor universitário retrata desde o início de sua relação com as drogas, 1995, até a sua recuperação. "Comecei a usar drogas fumando maconha e posteriormente passei a consumir o crack. Depois de anos de dependência e de tentativas frustradas de largar o vício, decidi procurar tratamento ao perceber que não sobreviveria ao uso de entorpecentes", descreve. Ao relembrar os motivos da decisão, ele é enfático em dizer que procurar tratamento era sua única saída. "Eu estava morrendo, ou me internava ou morria", desabafa, acrescentado que a estada no espaço de recuperação foi decisivo em sua mudança. 

"Graças a Deus, todos me ajudaram quando decidi buscar ajuda, e hoje me considero completamente recuperado". A proposta do livro é evitar que os jovens não caiam no mundo das drogas.

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