domingo, 28 de julho de 2019

FIG 2019 chega ao fim com shows de Andrea Amorim, Maciel Salu, Mundo Livre S/A, Mariene de Castro e Maria Rita


Gostinho de quero mais. Essa é a sensação que fica para quem acompanhou de alguma forma todos ou algum dos 10 dias do 29º Festival de Inverno de Garanhuns, que foi encerrado com chave de ouro neste sábado, 27 de julho. Foram 20 polos culturais, 500 atrações e 600 mil pessoas na festa, que colocaram Garanhuns como epicentro da cultura pernambucana neste julho chuvoso.  Quem não se arrepiou com as belas apresentações de música erudita na Catedral? Quem não se maravilhou com o tributo à cultura pernambucana que permeou no Palco de Cultura Popular? Quem não se extasiou com a qualidade musical dos artistas que participaram do Palco Instrumental? Teve circo, artesanato, Palco Pop, Som na Rural, Casa das Artes, Galeria Galpão, Palco do Forró. Principal polo do FIG, o palco Mestre Dominguinhos é a principal referência do evento, sobretudo para os turistas, e, na última noite, se apresentaram: Andrea Amorim, Maciel Salu, Mariene de Castro, Mundo Livre S/A e Maria Rita. 

Andrea Amorim, artista garanhunense e veterana no evento, abriu a noite com uma performance que trouxe o rock a todo vapor para incendiar a plateia. Recém chegada de uma turnê bem sucedida no Japão, a cantora completa, neste ano de 2019, 20 anos de carreira. Ela afirmou se sentir muito honrada em mais uma vez participar do FIG justamente num momento tão importante de sua carreira.


Maciel Salú deu continuidade à grande noite. O filho do Mestre Salustiano cantou músicas do seu projeto intitulado "Liberdade", onde  mistura diversos ritmos pernambucanos e narra suas experiências em uma poética cantada, compartilhando, sempre de maneira ritmada e encantadora, temas que o atravessaram, como intolerância religiosa, racial e outras formas de repressão e aprisionamento. "A gente vê que a rabeca, dos anos 90 pra cá, ganhou mais corpo. Poucas pessoas se interessavam pela rabeca, hoje a gente vê várias pessoas daqui de Pernambuco, que vêm de outros estados do Brasil e do exterior, vendo um pouco dessa cultura”, declarou o artista 

Mundo Livre S/A e sua "Dança dos Não Famosos" veio em seguida entoando, logo de início, um "Lula Livre" que agitou o público. Além da performance musical que animou a multidão que ia se formando na Praça Dominguinhos, a banda, através de seu vocalista, traçou uma série de críticas ao ministro Sérgio Moro, unindo as animadas músicas do projeto com as críticas de cunho político. “Lembro que quando assinei o primeiro disco, junto com Chico Science, o diretor artístico enxergava a métrica de Chico como um herdeiro de Jackson do Pandeiro. Muito do que hoje reverbera de identidade brasileira na música nacional, tem a ver com aquele período”, afirmou Fred Zero Quatro,líder do grupo, se referindo ao movimento Manguebeat.


Mariene de Castro, penúltima atração da noite, e do FIG 2019, continuou o epílogo com um show mágico que embalou o público numa apresentação magnífica. A cantora trouxe toda sua alegria e a espalhou para todos, numa atuação que contou ainda com as participações especiais de Almério e de Lia de Itamaracá, que protagonizaram um daqueles momentos memoráveis no FIG. O encerramento do evento, porém, ainda contaria com mais uma grande apresentação.

Durante o intervalo que antecedeu o último show, alguns momentos foram marcantes: primeiramente a triste menção a um acidente que ocorreu na madrugada deste sábado (27/07) em Garanhuns, no qual três jovens foram atingidos e dois deles vieram a óbito - um fato que trouxe ainda mais indignação foi o motorista ter fugido sem prestar socorro logo após o acidente. O segundo anúncio feito durante o intervalo foi acerca do 30° Festival de Inverno, que tem de tudo para ser uma  das melhores edições do evento. O selo foi apresentado ao público, além de ter sido enfatizado o seu caráter sustentável (que foi evidenciado através da predominância da cor verde no selo).

A última apresentação do FIG 2019 veio para concretizar nos corações de cada espectador a sensação de êxtase e de exaltação ao Festival. Maria Rita, fechando a noite, foi de tirar o fôlego, e, com sua voz magistral, introduziu sua apresentação com a célebre música "Não Deixa o Samba Morrer", fazendo aquecer as vozes da Praça. A cantora ainda se emocionou ao relembrar sua participação no FIG há 10 anos atrás e desejou vida longa ao Festival. Também teve gritos de "Lula Livre", momento em que Maria Rita afirmou sentir orgulho da platéia. Enquanto cantava "O Que É o Amor?", de Arlindo Cruz, aconteceram alguns problemas no som, o que gerou a impossibilidade do público escutar a linda canção. Devido a isso, Maria Rita fez questão de repetir a música - ainda que o público tenha formado um grande coral a cantar a canção mesmo sem o som funcionar. Já no final gritos de "Ele Não" foram ouvidos. Além de cantar grandes sucessos seus, Maria Rita cantou também sucessos de outros artistas, como a grandiosa canção de sua mãe, Elis Regina, "O Bêbado e o Equilibrista".

Por Angélica Alexandrina e Pedro Rocha, especial para o V&C

Fotos: Karl Marx, exceto, a fotografia da apresentação de Andrea Amorim, que tem créditos da Secom/PMG

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