terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Enquetes políticas sobre 2020 viram febre em Garanhuns e ofuscam demandas reais da população


Nos últimos dias, uma avalanche de enquetes antecipando 2020 tomou conta do Facebook em Garanhuns. Tudo virou objeto de estudo para os curiosos experimentos. Prefeito x Governador; Vice-prefeito x Deputado estadual; Cachorro do prefeito x Cachorro do governador; Candidato a pré candidato a vereador A x Candidato a Pré candidato a vereador B (por faixa de idade). Teve de tudo. Longe de nós criticarmos esse tipo de sondagem. O Facebook foi criado para isso mesmo, para divertir, embora atualmente tenha adquirido outras utilidades, algumas nada republicanas. O espantoso nesse caso é as enquetes saírem da rede social e virarem notícia na cidade a ponto de o próprio prefeito e muitos outros "concorrentes enqueteiros" perderem tempo pedindo aos amigos para votarem em si ou em seus candidatos (da enquete), fazendo do pleito fictício, precoce e sem nenhum valor científico, uma disputa fratricida com ares de campanha eleitoral. Falando em campanha eleitoral, um dos objetivos de a lei estabelecer um período de apenas dois meses para uma campanha política é justamente para que ela não contamine por muito tempo o trabalho das administrações municipais estaduais ou do próprio Governo Federal pois, na campanha, a máquina pública desacelera e praticamente para. 

Vinte e quatro meses ainda faltam para que o próximo prefeito de Garanhuns ou a próxima legislatura da Câmara Municipal assumam, mas o exame de saúde da dona Maria, de 70 anos, que não tem dormido com fortes dores abdominais, e cujo pedido está há meses no PSF, esse ela precisa pra ontem. Mesma coisa podemos dizer das mães que necessitam deixar seus filhos em creches e ainda não conseguem porque a creche do seu bairro, como diz a letra da música de Vinícius de Moraes, é uma creche muito engraçada, que não tinha teto, não tinha nada, ou do professor que luta por valorização, ou do cidadão que quer ver sua rua asfaltada, ou ainda daquele jovem que está desempregado. 

Dona Maria, a mãe sem creche, o professor desvalorizado e o jovem desempregado não estão preocupados com o pleito de 2020. Todos querem que aqueles em que eles votaram (não na enquete, mas em 2016 e em 2018) resolvam suas demandas. Para isso dependem que o prefeito governe, o vereador e o deputado legisle e deixem 2020 para o divertimento do Facebook ou para o próprio ano de 2020. É preciso cuidar das pessoas, não dos nossos próprios egos e umbigos. A população agradece.  

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