segunda-feira, 9 de março de 2020

PAÍS TEM 7.375 CASOS DA DOENÇA E 366 MORTES: Garanhuense que mora na Itália relata situação após decreto do governo que colocou 16 milhões de pessoas em quarentena por conta do coronavírus

Ana Paula vive na Itália há quatro anos- foto- arquivo pessoal


A produtora cultural garanhuense Ana Paula Ferreira de Freitas vive na Itália há quatro anos. O país é o mais afetado pelo novo coronavírus na Europa com 7.375 casos e 366 mortes, até o momento. Em contato com o V&C nesta segunda-feira, (9/03), ela contou que o país está em alerta total por causa da doença, principalmente depois que o governo decretou, no último fim de semana, uma quarentena na região da Lombardia e em outras províncias italianas. A medida isolou cerca de 16 milhões de pessoas e determina a limitação de entrada e saída dos locais afetados até o dia 3 de abril como forma de conter o avanço do vírus.

Ana Paula mora com o marido e o filho na cidade de Sagrado, na província de Gorízia, região de Friuli Venezia Giulia.  Ela relata que a situação não está fácil porque, diante do avanço da doença, medidas drásticas foram tomadas pelo governo. As atividades rotineiras foram bastante alteradas, como por exemplo, a interrupção das atividades escolares de milhões de alunos. "Meu filho mesmo tá sem aula e bastante ansioso porque ele prefere o contato físico na escola. Mas entendo que a maior interação social fica de lado pra evitar a proliferação do covid19. Na escola de Vinícius (filho) as aulas estão sendo ministradas on-line. Pelo site os professores passam as tarefas e ele as faz no livro. Não sei até quando isso poderá durar, mas tá sendo assim por enquanto", explica.

Segundo ela, após o anúncio da quarentena algumas pessoas se sentiram apavoradas porque queriam sair da área isolada para uma região menos afetada.  "As estações de trem ficaram superlotadas. Nas estradas há uma fiscalização da polícia. Por exemplo, quem chegar a Veneza não entra aqui em Friuli e quem chegar a Milão, não sai de Milão. Então de certa forma as pessoas ficam assustadas, mas entendo que são medidas necessárias, tanto para a proteção como para a prevenção. Então creio que o governo está buscando o melhor para o país", afirma.

De acordo com Ana Paula, há uma recomendação para que a população não receba visitas em casa e evite cumprimentos, como abraço, beijo e aperto de mão.  Ela ainda frisou que tem receio de contrair a doença e que por isso está seguindo à risca as orientações passadas pelo Ministério da Saúde da Itália. Quanto a questão  dos supermercados e farmácias, Ana disse que ambos os serviços continuam funcionando normalmente, sem desabastecimento, até o momento. "Não é o fim do mundo, mas temos que ter cautela. Converso com meus parentes em Garanhuns todos os dias e os acalmo. A Europa já venceu muita coisa e vencerá mais esta. Apesar do alerta total, eu não pretendo voltar para o Brasil agora. Pretendo seguir aqui acreditando que passaremos por essa situação", frisou a garanhuense, que trabalha em uma vinícola, onde alguns hábitos foram mudados por conta da doença. 


Surto na Itália 
A Itália é o país europeu mais atingido pela atual onda da epidemia e o terceiro em nível mundial. O contágio veio à tona há mais de duas semanas e concentra-se em um punhado de locais no norte da Itália, mas agora foram confirmados casos em cada uma das 20 regiões do país, com mortes registradas em oito delas. 

 Total no mundo
 O número global de notificações de infecção pelo coronavírus é de 107.600 casos, com 3.656 óbitos, em 95 países e territórios - aponta o levantamento do jornal "The New York Times" neste domingo (8), com base nos últimos dados de fontes oficiais. 

 Brasil
 No Brasil há 25 casos confirmados de coronavírus. Dados desta segunda, 09/03.
 ( veja abaixo)

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