segunda-feira, 11 de novembro de 2019

SUÍÇA E PERNAMBUCANA: Nascida em Garanhuns e adotada por pais suíços jovem de 27 anos encontra pais biológicos pela primeira vez

Céline Eliane Dut e os pais biológicos em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, onde a jovem nasceu há 27 anos — Foto: Reprodução/TV Globo


Uma história comovente foi contada pelo G1-PE, Portal de Notícias da Globo, aqui em PE. Uma jovem de 27 anos nasceu em Garanhuns, mas foi colocada para adoção logo após o nascimento. Ela foi levada para a Europa por um casal de suíços que criaram a criança.  27 anos depois, a jovem volta ao Brasil querendo saber quem são seus pais biológicos. Para encontrá-los contou com a ajuda de um juiz da Comarca de Paudalho, que foi achar os pais da jovem aqui em Garanhuns.

“Eu tinha muitas perguntas. Quando eu era criança, tive situações de racismo na escola.Tudo que eu queria saber era quem era minha família biológica”, relatou, Céline Eliane Dut.

Durante anos, Céline buscou informações sobre o nascimento. Inicialmente, acreditava ser nascida no Recife. Depois, descobriu que fora registrada em Paudalho. Ela veio ao Brasil, em 2017, foi ao cartório da cidade da Zona da Mata, mas não conseguiu acesso ao documento.

“Eu nunca deixei de me sentir brasileira, mesmo tendo crescido e vivido na Suíça. O retorno às minhas origens é, para mim, uma necessidade enraizada”, escreveu na carta, em que explicou ainda que tinha tudo o que precisava, mas faltava algo.
Céline Eliane Dut ficou emocionada em encontrar pais e conhecer parentes brasileiros — Foto: Reprodução/TV Globo

As linhas comoveram o juiz. “Ela relatou que tinha casa, carro, família, mas faltava algo, né? E esse algo surgiu desde quando ela era criança, seja pela cor da pele que ela tinha, seja pelo preconceito que ela sofria na escola e isso chamou minha atenção”, disse o juiz da Comarca de Paudalho, que ajudou Céline a encontrar os pais em Garanhuns.


O titular da Comarca de Paudalho, então, entrou em contato com Céline, relatando que tinha pistas sobre a identidade dos pais biológicos. Ela veio ao Brasil, mas o que não esperava é que fosse mais do que uma pista: acompanhando o juiz estavam Ivanildo Ferreira da Silva e Josefa da Conceição, os pais biológicos dela.

O primeiro encontro de filha e pais foi em Paudalho, mas depois Céline veio a Garanhuns onde nasceu e onde mora o pai biológico. O encontro com a família biológica trouxe respostas que a jovem esperou por anos – e parentes que tinham um enorme carinho por ela. “Na época em que ela nasceu, era inverno. O inverno aqui é muito pesado. Ele [Ivanildo] não conseguia trabalho em canto nenhum. Aí foi quando ela nasceu”, recordou uma das tias.


Nos primeiros dias de vida, Céline foi diagnosticada com duas hérnias. Como os pais biológicos já tinham perdido um filho e não tinham dinheiro, bateu um desespero. Uma senhora apareceu e apresentou a eles a alternativa de dar a menina para a adoção.

“Naquela época, logo após o Estatuto da Criança e do Adolescente, a gente ainda estava se enturmando ou conhecendo esse processo de adoção como ele é hoje. Atualmente, já existe um caminho bem sólido nos processos de adoção”, apontou o juiz.

Após o encontro, Céline retorna para a Europa com uma certeza: agora, tem um cantinho só dela no Brasil.

“Enquanto eu tinha tantas perguntas sem resposta, eu ficava bem e ficava mal, ficava bem e ficava mal. Agora não vai ter mais nada disso”, disse a pernambucana-suíça.

Céline Eliane Dut durante conversa com os pais adotivos, que ficaram na Suíça — Foto: Reprodução/TV Globo
Do G1


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