quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Sindicato dos Professores divulga carta de repúdio contra projeto de vereador que visa proibir discussão sobre ideologia de gênero em escolas de Garanhuns


O Sindicato dos Professores do Estado de Pernambuco, O Sinpro-PE, divulgou em seu site oficial uma carta de repúdio ao projeto de lei do vereador Audálio Filho que objetiva proibir discussão de ideologia de gênero dentro das escolas de Garanhuns. O Projeto de Lei 086/2017 está em fase de tramitação nas comissões da Câmara Municipal e deve ser votado em plenário ainda este mês. Anteriormente, um grupo composto por professores municipais e universitários já havia divulgado um manifesto contra a proposta. Dessa vez, o próprio Sinpro se pronunciou. Uma nova discussão sobre o assunto nas comissões da câmara está marcada para o dia 14 de novembro e promete reunir defensores e opositores do projeto.


CONFIRA A ÍNTEGRA DA CARTA DE REPÚDIO

"O Sindicato dos Professores no Estado de Pernambuco, Sinpro-PE, representante dos professores das escolas públicas municipais e das escolas privadas da cidade de Garanhuns vem a público repudiar a iniciativa do vereador Audálio Filho com a apresentação PL 086/2017 que visa proibir que os professores e professoras de Garanhuns “reproduzam nas atividades pedagógicas conceito de ideologia de gênero”.

O projeto de lei deixa clara a intenção de impor às escola de nossa cidade uma LEI DA MORDAÇA, impondo limites ao que está previsto na Constituição da República, de 1988, como também na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, que trazem em seu escopo a compreensão de que a educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Trazem ainda o entendimento de que, entre outros pontos, o ensino deve ser ministrado com base na liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; no pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; e no respeito à liberdade e apreço à tolerância.

A argumentação que sustenta a autoria do projeto é que nas escolas nós professores e professoras estamos tentando extinguir o gênero masculino e o feminino como gênero humano. Além de desconhecer o real significado do exercício do magistério, do fazer pedagógico, o vereador Audálio Filho engrossa o coro dos fundamentalistas que atualmente tentam impor uma visão de mundo deturpada, baseada no preconceito, na intolerância, combatendo a inexistente ideologia de gênero. Tais argumentos, além de mentirosos, apresentam, em seu cerne, um total desprezo pelo magistério, sendo que o PL representa ainda uma grande armadilha ao tentar responsabilizar os professores por ações de suposta doutrinação, impondo censura e ameaça à cassação de nosso direito de ensinar e aos estudantes o cerceamento de seu censo crítico e da construção de sua autonomia."

ENTENDA O CASO CLICANDO AQUI

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