domingo, 15 de maio de 2022

Morador da zona rural de Caetés se muda pra cidade após se queixar de instalação de torres eólicas no municíio

 

Simão

O portal Uol publicou neste domingo uma ampla reportagem sobre a instalação de torres eólicas em diversos estados do país e como esse negócio milionário vem impactando as famílias que vivem no entorno onde os equipamentos são colocados. 

O portal, através do jornalista Carlos Madeiro, ouviu relato de problemas causados pelas torres em três estados nordestinos. Em Pernambuco, o portal ouviu  um morador da zona rural de Caetés

O agricultor Simão Salgado da Silva, 73, mora em Caetés (15  km de Garanhuns), no agreste pernambucano, e contou ao Uol que, pela primeira vez na vida, está morando fora da zona rural. "Nunca tinha pagado aluguel nesses meus 73 anos de vida, e hoje pago R$ 500 para morar aqui na cidade" , diz.

A "fuga" da zona rural ocorreu em agosto de 2021 porque a esposa, Edite Maria da Silva, 72, adoeceu por conta do barulho dos geradores de energia. "Ela não dormia, não se alimentava bem e entrou em uma grande depressão, teve crises de ansiedade e passou mal." Desta forma, Simão teve que deixar o sítio onde vivia por conta das crises da esposa

Simão e Edite, a esposa, moravam no sítio Pau Ferro, perto de onde foram instaladas várias torres de energia. Eles não cederam terras de sua pequena propriedade, ou seja, não recebem nada pela geração de energia.

O sítio onde viviam tem 33 hectares e foi adquirido em 2008. "Lá plantava milho, feijão, era propriedade referência de agroecologia, tinha várias mudas nativas", afirmou o agricultor.

Por conta dos problemas gerados, oito famílias da mesma região decidiram entrar com uma ação pedindo uma indenização por danos morais e ambientais e perturbação de sossego.

A gente não sabia o que significaria um parque. A gente foi pego pela seca de 2012, e as empresas chegaram com propaganda, dizendo que as pessoas iam ter grande retorno financeiro. Quando ligaram as torres, vieram os problemas na produção agrícola e na saúde das pessoas, disse Simão.


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