sexta-feira, 2 de junho de 2017

DIA TRISTE PARA A EDUCAÇÃO: Sob vaias e muita revolta, Câmara de Vereadores aprova Projeto de Lei do Governo Municipal de Garanhuns que retira direito dos professores

Professores da Rede Municipal de Ensino de Garanhuns em protesto na Câmara de Vereadores

Os professores de Garanhuns viveram um dia triste no plenário da Câmara Municipal. Eles ocuparam na manhã de hoje, 02 de junho, as galerias da Casa para acompanhar a votação do Projeto de Lei 012/2017, oriundo do Executivo Municipal, que foi aprovado por 11 votos a favor e apenas dois contra (Tonho de Belo e Professor Márcio).  

A proposta, ao mesmo tempo que implanta o reajuste do piso, faz modificações profundas no mecanismo de hora-aula da categoria porque retira 30 horas de atividade extra-classe, conquista que os educadores haviam incorporado desde 2010.  Com a supressão, professores de nível I, por exemplo, que tinham uma carga de trabalho de 180 horas mensais, perdem as 30 de atividade extra-classe, o que consequentemente acarreta perdas salariais aos seus já defasados vencimentos.
Professores assistiram incrédulos a aprovação de projeto de lei prejudicial à categoria

O polêmico projeto de lei  foi enviado à Câmara uma semana depois de o prefeito Izaías Régis ter ido às rádios anunciar que concederia o reajuste de 7,64% referente ao piso, de maneira linear.  A comemoração durou pouco. No dia 09 de maio, uma semana depois da entrevista de Régis, a proposta com as modificações que retirava direitos da categoria foi enviada à Câmara Municipal, para surpresa de todos. A partir daí, o projeto passou a ser discutido nas comissões, onde tramitou por 22 dias até ser aprovado e seguir para o plenário. 

Para azedar de vez as relações entre professores e Governo Municipal, o prefeito Izaías Régis, alegando demora na aprovação do projeto, baixou o Decreto 028/2017, retirando, (na canetada), as horas de atividade extra-classe e determinando o pagamento proporcional do reajuste aos professores nivel I. 

"Saímos todos sem ação. No município de Garanhuns nunca vimos tanta desvalorização por parte do executivo e do legislativo. Tínhamos esperança que os vereadores fossem a nosso favor, ou seja, pela educação, mas não. O sentimento é de desvalorização e de muita tristeza em saber que para os vereadores não somos nada", disse uma professora que acompanhou a votação. Ela ainda revelou que, com a supressão das 30 horas-aula, a perda salarial chega a 312 reais. "Para os que têm dois vínculos, o prejuízo dobra", reforçou
Galerias  da Câmara Municipal ficaram lotadas de
professores na manhã desta sexta, 02 de junho


Tonho de Belo, um dos dois parlamentares que votou a favor dos professores, contra o Executivo, disse que desde o começo estava contra o projeto e não seria nesta sexta-feira que iria mudar de posição. Ele foi ovacionado pelos professores pela sua posição.

A votação foi tumultuada e muitos professores saíram chorando após a aprovação do projeto de lei. Uma emenda supressiva apresentada pelo vereador Zaqueu, favorável aos professores, foi rejeitada, sendo a proposta aprovada como veio do Executivo.  "Izaías Régis é uma vergonha para Garanhuns. Ele não nos representa e esses vereadores fazem o que ele manda", disse um educador em entrevista à Rádio 87 FM. 

Com a derrota, a categoria agora deposita suas esperanças em uma ação impetrada pelo SINPRO  junto à Justiça pleiteando a inconstitucionalidade da lei do reajuste do piso, que deve ser sancionada pelo prefeito Izaías nos próximos dias. Uma greve geral dos professores também não está descartada já que um dos coros que a classe entoou nas galerias do plenário da Câmara como forma de pressionar os vereadores foi: "Se o projeto passar, as escolas vão parar".

VEJA COMO VOTOU CADA VEREADOR

A FAVOR:
Ary Júnior (PTB)
Alcindo Correia (PCdoB)
Audálio Filho ( PSDC)
Betânia da Ação Social (PTB)
Carla de Zé de Vilaço (PTB)
Daniel da Saúde (PSC)
Gersinho Filho (PTB)
Gil PM (PSC)
Luzia da Saúde (PTB)
Luiz Leite (PTB)
Zaqueu Naum (PRB)

CONTRA
Tonho de Belo (PSDB)
Professor Márcio (PHS)



Sinpro ingressou na Justiça pedindo inconstitucionalidade
 de Projeto de Lei da Prefeitura de Garanhuns

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