segunda-feira, 15 de junho de 2015

Homenageada do #FIG2015, a escritora garanhuense Luzilá Gonçalves estreia hoje coluna no site oficial do festiva;CONFIRA

Confira crônica especial de Luzilá Gonçalves, escritora nativa da Terra de Simôa, homenageada do Festival de Inverno de Garanhuns 2015, que faz hoje sua estreia no site do oficial do FIG 2015; CONFIRA


Naquele dia – tão esperado – a gente se acordara cedo. O  trem para Garanhuns partia às 6 horas, mas já pelas quatro e meia o carro de aluguel – não havia táxi –buzinava no portão. Na véspera, minha mãe preparara minha malinha, umas roupas, poucas, o guarda-roupa era exíguo. E uma caixa com o lanche, pão com galinha assada, uma banana, que no trem não havia restaurante e a viagem era longa. Meu pai e minha mãe me instalaram no vagão, eu de vestido novo para a grande viagem. Recomendações ao fiscal: essa menina vai sozinha para Garanhuns. E o aviso: Você desce em Paquevira, – que se chamava Glicério – senão vai terminar em Maceió. Ah, o cheiro de mato, ah, a fumaça que subia do trem, ah, o vento cheiroso que subia das matas que o trem atravessava. Nas estações – e eram tantas as moças, com vestidos de festa, passeavam no cais, como esperando algum acontecimento, algum olhar de viajante desprevenido que elas nunca mais iriam rever. Esperavam.  Meninos vendiam rolete de cana, alfenins e logo o canavial corria ao nosso lado. Na estação, as primas, rosadas pelo frio, com buquês, aguardavam no cais e eu descia a escadaria, caminhando para uma praça florida,  pequena e acanhada, mas que minha, na minha lembrança, permanece enorme, linda.

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