sexta-feira, 1 de maio de 2015

Integrantes do Quinteto Violado visitam túmulo de Dominguinhos em Garanhuns e falam da amizade com o saudoso sanfoneiro

Quinteto Violado em visita a túmulo de Dominguinhos

Na grade da 1ª noite do  II Viva Dominguinhos, os integrantes do Quinteto Violado visitaram a sepultura do homenageado, no cemitério São Miguel em Garanhuns. No local, eles não pouparam elogios repletos de carinho e respeito ao garanhuense mais ilustre. Mesmo com agenda lotada, incluindo o show desta quinta-feira (30) fizeram questão da visita. Marcelo Melo, 69 anos, Siano Alves, 53, Roberto Medeiros, 50, Sandro Lins, 32, e Dudu Alves, 25, eram amigos do mestre sanfoneiro e estão na estrada com o "Quinteto Violado canta Dominguinhos".

Localizada no Cemitério São Miguel, no Bairro da Boa Vista, a "morada eterna" do músico garanhuense foi espaço para recordações.  "A gente ficava brincando, chamando ele de 'O Sanfoneiro Pop'", conta o recatado cantor Marcelo Melo, único da formação original do Quinteto. A fala remete à convivência deles com Toinho Alves, falecido em 2008. Foi este integrante quem deu o primeiro incentivo para o músico deixar de ser apenas o sanfoneiro de Luiz Gonzaga, segundo o grupo. Eles contam que, a partir disso, o mercado musical brasileiro começou a descobri-lo como músico e cantor.

Com olhos emanando alegria e saudosismo, Dudu Alves, tecladista e filho de Toinho, também possui recordações felizes. "Alguém perguntou para Dominguinhos no making off do [DVD] 'Peba na Pimenta' sobre sua participação e ele respondeu que 'Se não o chamassem, ia ter briga'", disse imitando o jeito do sanfoneiro. Aos risos, o Quinteto fala que Dominguinhos já dirigiu até o ônibus deles em turnês. "Era muito nosso amigo, começamos na mesma época. Estava em todas as comemorações dos aniversários do grupo". O percussionista Roberto Medeiros completa que a presença era constante mesmo quando estava bastante debilitado. "Foi o último show [do músico], em Aracajú. Ele abriu o espetáculo e fez questão, mesmo com os pezinhos inchados e a cor já diferente, de acompanhar o nosso, que vinha em seguida".

Dominguinhos era acessível e carinhoso e não é difícil escutar histórias de diversos músicos sobre esta índole. A generosidade era equiparada à qualidade artística, como confirma o Quinteto. "Um ano após a morte do velho Gonzaga, fomos convidados para fazer uma missa em homenagem a ele. Com repertório todo pronto, colocam Dominguinhos para cantar e tocar conosco, assim, de surpresa. O que parecia um problema virou uma solução. Na hora ele já foi pegando o arranjo e o tom e metendo o dedo na sanfona. Cantamos, nos emocionamos e, no fim do show, ainda o encontro dizendo que eu o fiz chorar. Nós fizemos o homem chorar", relembra Roberto com a voz embargada.

Projetos
No novo albúm de trabalho, "Quinteto Violado canta Dominguinhos", que deve ser lançado no fim de maio, as músicas mais famosas do mestre são repaginadas ao estilo próprio do grupo. "É uma loucura pegar algo de Dominguinhos que todos já gravaram e fazer um arranjo totalmente diferente. É ousado, não é?!", brinca Roberto.

Terra de dois "caboclos", como os integrantes gostam de mencionar Toinho e Dominguinhos, Garanhuns foi a cidade escolhida para dar um gostinho do que vem pela frente. "Fazer aqui é uma magia. Eu acho que teve a mão deles lá de cima nessa história. Meu pai se foi, mas está nos guiando por bons caminhos", diz Dudu. O tecladista ainda comenta a importância de apresentar o trabalho ainda inédito, no município. "Meu pai era louco por Garanhuns. Tocar aqui é tocar na nossa terra, é relembrar os velhos tempos", comemorou.

Intérpretes como Lenine, Mônica Salmaso, Lucy Alves e Marina Elali participaram do disco, que deve ser divulgado em 11 municípios já agendados, com o cantor e sanfoneiro Cezzinha tocando. E Roberto Medeiros também adianta: "estamos nos organizando para gravar o DVD em Serra Negra, Bezerros. Aquilo é muito bonito. O cenário natural já está pronto, é só chegar e tocar".
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(Foto: Jael Soares/ G1) Fonte : G1 Caruaru

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