segunda-feira, 6 de abril de 2015

Sindicato dos Policiais Civis deflagra operação padrão em delegacias e IMLs de Pernambuco

Materiais apreendidos entulhados e cela feita de depósito na Delegacia de Belo Jardim, no Agreste (Foto: Divulgação/Sinpol-PE)

O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) deflagrou o início da operação padrão em delegacias e Institutos de Medicina Legal (IML) do estado, nesta segunda-feira (6). A orientação é que os policiais só trabalhem obedecendo aos procedimentos e legislação do processo penal, o que deve gerar lentidão no serviço. A categoria também apresentou dossiê que revela péssimas condições de trabalho em 36 unidades policiais. Eles ainda cobraram do governo estadual contratações, revisão no plano de cargos e carreira e reposição salarial.

A operação padrão começou à tarde e ainda não foi informado quantas unidades ou servidores aderiram. O presidente do Sinpol-PE, Áureo Cisneiros, explicou que a campanha é contra a "improvisação" na polícia. "Para sair em diligência, é preciso a presença de três investigadores, mas hoje só sai um, e as viaturas não estão em boas condições e com documentação regular. Para registrar um B.O. [Boletim de Ocorrência] é necessário que o delegado esteja presente, e isso não ocorre. É o delegado quem tem que fazer as ouvidas também, mas que anda fazendo são os escrivães. Então, estamos fazendo tudo no improviso", disse.

Esgoto entupido na Delegacia de Belo Jardim; pia suja no IML do Recife (Foto: Divulgação/Sinpol-PE)



A ideia da operação é deixar evidente a falta de efetivo na corporação. A categoria reivindica o cumprimento do decreto n° 32.341, assinado pelo então governador Eduardo Campos, em 2008, que previa que a Polícia Civil deveria chegar a 2015 com 10.489 mil profissionais, entre delegados, agentes e escrivães. No entanto, segundo o Sinpol, o efetivo é de 4.951.

Cisneiros apontou que o maior problema é falta de agentes de investigação. "A carência é de mais de cinco mil em todo estado. É esse profissional quem faz as diligências de investigação, intimação, condução de presos", explicou. O presidente informou que, entre 2008 e 2013, ingressaram na corporação 1.869 agentes. No entanto, entre 2008 e janeiro de 2015, saíram 1.868. "Isso ocorreu por conta do baixo salário e das péssimas condições de trabalho, a profissão não está mais atrativa", concluiu.

Presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros, apresentou dossiê
em coletiva à imprensa (Foto: Divulgação/Sinpol-PE)


G1

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