sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

TV Jornal diz que depoimentos de noiva de promotor de Itaíba sobre seu assassinato são contraditórios, mas PF discorda

Mysheva Martins
Da Tv Jornal

A noiva do promotor Thiago Farias, assassinado no dia 13 outubro de 2013, Mysheva Martins, entrou com contradição durante os depoimentos gravados pelas polícias Civil e Federal. A equipe da TV Jornal teve acesso com exclusividade aos vídeos em que ela dá versões diferentes sobre os momentos que antecederam o homicídio na cidade de Itaíba, Agreste de Pernambuco. No primeiro depoimento, Mysheva informou que não dormiu com o promotor na noite anterior ao assassinato e que ele teria passado o domingo de plantão na cidade de Garanhuns, também no Agreste. A versão dela gera dúvidas por que na escala publicada no Diário Oficial o nome de Thiago Faria não aparece.

No depoimento realizado na sede da Polícia Federal (PF), Mysheva Martins mudou o discurso e disse que o promotor sempre estava de folga aos domingos. Ela também contou que passou a noite com Thiago Faria no município de Águas Belas, na noite anterior ao crime. A Mysheva se contradiz, também, quando fala sobre o roteiro feito pelo casal. Para a Polícia Civil, ela afirma que os dois passaram em um escritório para entregar alguns documentos. Já para a Polícia Federal, ela contou que eles foram de carro pegar os convites do casamento na fazenda.

Quando o casal pegou a estrada, na rodovia PE-300, a noiva do promotor informou que percebeu a aproximação do veículo dos criminosos, como se quisesse fazer uma ultrapassagem. Mysheva ainda afirmou que viu quando um dos suspeitos, que estava no banco do passageiro, pegou a arma para atirar. Ela detalhou, inclusive, as características físicas dos criminosos. No segundo depoimento, Mysheva disse que percebeu a ação dos assassinos apenas quando escutou os primeiros disparos. A noiva de Thiago Faria também se contradiz em relação ao executor do crime. No primeiro depoimento, ela informou que o passageiro do carro estava com uma metralhadora por cima do motorista. Mas no último depoimento, aos policiais federais, Mysheva mudou a história e disse ter tido a impressão de ver o atirador apenas ao lado do condutor do carro.

Depois do primeiro tiro, Mysheva fala que o carro dos suspeitos vai embora, mas depois volta. Segundo o primeiro depoimento, nesse retorno os assassinos estavam atrás dela e, por isso, foi preciso pular de uma ribanceira e rolar, para se defender. Ela também teria se fingido de morta. No último depoimento, a noiva de Thiago Faria disse que saiu do carro e ficou escondida até os suspeitos pararem de atirar. As contradições de Mysheva Martins foram observadas também em relação ao depoimento do tio, Adaltivo Elias Martins, que estava no veículo do casal. Logo depois do assassinato, ela disse à Polícia Civil que o parente pulou do carro em movimento. A reportagem da TV Jornal teve acesso ao depoimento dele. De acordo com Adautivo, ele saiu do carro caminhando pelo acostamento depois que Thiago Faria estacionou o automóvel.

O QUE DISSE À PF SOBRE A MATÉRIA DA TV JORNAL
A Polícia Federal (PF) informou, após a reportagem exclusiva da TV Jornal sobre as contradições de Mysheva Martins no caso Thiago Faria, que todos os depoimentos dela e de outras testemunhas já foram analisados. Segundo o superintendente da PF, Marcello Diniz Cordeiro, a equipe de investigação não considerou as diferenças entre os discursos como algo grave. Ele afirmou que as divergências nos depoimentos podem demonstrar omissão de alguma informação, mas dificilmente poderá mudar o inquérito sobre o caso. Cinco pessoas já foram presas depois de quase dois anos da morte do promotor Thiago Faria. O primeiro suspeito foi o agricultor Edmacy Cruz Ubirajara, apontado como executor dos disparos. Ele passou dois meses no Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel) e permanece solto por falta de provas. O crime era investigado pela Polícia Civil, mas passou a ser de responsabilidade da Polícia Federal. Foi na sede da PF que o fazendeiro José Maria Rosendo se apresentou. Ele é suspeito de ser o mandante do homicídio.

O terceiro detido foi José Marisvaldo Vitor da Silva, conhecido como “Passarinho, capturado pela PF na Bahia. Segundo investigações, ele tinha fortes vínculos com o mandante do crime. Também foram presos José Maria Domingos Cavalcanti e Adeíldo Ferreira dos Santos, suspeitos de participação no homicídio contra o promotor. O inquérito sobre a morte de Thiago Faria foi concluído em 2014. Diante das contradições no discurso de Mysheva, a defesa já se pronunciou e disse que espera uma nova investigação no caso. A denúncia contra os seis acusados de participação no assassinato foi entregue à Justiça Federal. Duas pessoas ainda permanecem foragidas.

Promotor Thiago Faria



VEJA O VÍDEO COM OS DOIS DEPOIMENTOS DE MYSHEVA





Fonte: Tv Jornal

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