sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Após ler matéria no V&C, mulheres revelam também terem sido abusadas por psiquiatra

No nosso dicionário o termo "Psiquiatra" designa aquele profissional que trata das doenças mentais. Com 40 anos atuando nessa especialidade, o médico o Lindenberg Isaac Macedo foi incapaz de perceber ou ignorou que ele próprio precisava de tratamento.  Com sinais evidentes de ser acometido  por uma compulsão obsessiva em abusar sexualmente de algumas pacientes, fica cada vez mais comprovado que a lista de vitimas  pode ser bem maior do que a divulgada ou investigada. 

 É o que mostra a sucessão de acontecimentos ocorridos desde sua prisão. Um dia após o V&C exibir o depoimento de Lúcia de Fátima da Silva, que corajosamente afirmou ter sido vítima de ato libidinoso praticado por Lindenberg, outras duas mulheres nos relataram que também foram abusadas sexualmente por ele. A primeira contou uma história parecida com a de Lúcia de Fátima quando, em uma consulta em 2009, o médico teria acariciado suas partes íntimas, mas foi o segundo relato, o mais importante porque traz um fato novo. A polícia trabalha com um período compreendido entre 2008 e 2014 para enquadrar os supostos abusos, mas, o caso chegado até a nossa redação data de 1999, nove anos antes de começarem as investigações. 

"Fui vítima dele, tinha apenas 19 anos, odeio esse psicopata ". Assim começou a nossa conversa com Lílian (nome fictício) já que a pessoa pediu para não ser identificada.  Ela continuou dizendo que em 1999 foi ao consultório de Lindenberg com a mãe para tratar de uma depressão, mas, de início, estranhou porque o profissional não permitiu a entrada de sua genitora no consultório. "Ao entrar já tive medo pois ele tinha uma aparência estranha, parecia mais louco do que eu. Fez algumas perguntas, eu respondi, depois disse pra eu não ter vergonha que ele ia fazer eu ficar boa. Mandou eu fechar os olhos e começou a passar a mão em mim, dizendo que era assim mesmo. Me tocou no colo, rosto, cabelo, coxas e quase nos seios. Depois me pediu para eu pensar fazendo sexo. Na época eu era virgem, fiquei com nojo dele," disse Lilian. Ela ainda revelou que se desvencilhou dos ataques do médico e saiu correndo do consultório.  No mesmo dia contou a sua mãe que ficou horrorizada, mas não denunciou para preservar a intimidade da família. Senti ódio, nojo, raiva. Tenho traumas até hoje. Quando soube da prisão dele fiquei de alma lavada. "Quero que ele pague por tudo que fez", disse a mulher

Em um dado momento da conversa, visivelmente constrangida e nervosa, Lilian interrompe bruscamente seu relato.   "Não estou me sentindo bem falando sobre isso, vou encerrar a conversa, tenho trauma, me desculpe",  despediu-se.

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