quinta-feira, 24 de julho de 2014

Ariano Suassuna é enterrado no cemitério Morada da Paz, no Grande Recife

João Suassuna, neto de Ariano, recita poemas antes do sepultamento (Foto: Vitor Tavares / G1)
Corpo do escritor Ariano Suassuna foi sepultado no cemitério Morada da Paz
Após 16 horas de velório, o corpo do escritor, dramaturgo e poeta Ariano Suassuna foi enterrado no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife. O sepultamento foi precedido pela leitura de dois poemas, a pedido da viúva, Zélia de Andrade Lima. Um dos netos do casal, João Suassuna, recitou "Acahuan", que Ariano escreveu em homenagem a seu pai, e "A mulher e o reino", feito para a esposa. Todos os parentes acompanharam a leitura muito emocionados e Zélia foi amparada por eles.

O caixão chegou ao cemitério pouco antes das 17h, após ter desfilado em carro aberto, em um veículo do Corpo de Bombeiros, fazendo o percurso desde o Palácio do Campo das Princesas, local do velório. Ainda no palácio, os netos de Ariano carregaram o caixão até o carro, ao mesmo tempo em que os presentes aplaudiam e cantavam -- o frevo "Madeira que cupim não rói" e o grito de guerra do Sport, time do coração do autor.
Dantas Suassuna, filho de Ariano, acompanha o caixão do pai no percurso entre o velório e o cemitério (Foto: Kety Marinho / TV Globo)
Percurso do velório até o cemitério foi feito em carro de Bombeiros
Ao lado do caixão do pai, Dantas Suassuna,
de azul fez a última viagem com seu genitor
A presidente da República, Dilma Rousseff, passou cerca de 40 minutos no velório, onde conversou com familiares do escritor e com políticos, como o governador de Pernambuco, João Lyra Neto, e o candidato a presidente pelo PSB, Eduardo Campos. Dilma deixou o local sem fazer declaração pública. Também estiveram presentes o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo; os governadores Ricardo Coutinho (Paraíba) e Jaques Wagner (Bahia); o senador Humberto Costa e o prefeito do Recife, Geraldo Julio.
Uma das últimas imagens de Ariano antes de sofrer o AVC que o levaria a morte
(Aula-espetáculo em Garanhuns -18-07-2014)

Filha de Ariano Suassuna e atual secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Recife, Ana Rita Suassuna se emocionou ao falar do pai, ressaltando o grande homem que ele foi não somente nas artes, mas também em casa. De acordo com ela, a felicidade com que o escritor passou os últimos dias amenizou, de certa forma, o sofrimento dos parentes. "Na última semana, ele fez duas aulas-espetáculo, uma no Teatro Castro Alves, em Salvador, e outra em Garanhuns. E a satifação dele, quando chegou em casa, contando com alegria a festa que foram essas duas aulas. Então, a Caetana [como Ariano chamava a morte] chegou, mas ele está aqui presente com a gente", contou.
Caixão com o corpo de Ariano Suassuna chega ao cemitério (Foto: Vitor Tavares / G1)
Caixão chegou ao cemitério por volta das 17 horas
Para a filha mais velha de Ariano, Maria das Neves, o carinho demonstrado pelas pessoas ao pai é o maior legado que ele deixa. "O maior legado que fica é o carinho das pessoas têm por ele, não é nem tanto a obra. Esse carinho está vindo de todo o Brasil, estamos recebendo muitas mensagens", afirmou, agradecendo especialmente ao apoio que as pessoas têm dado à mãe, Zélia.

Suassuna morreu na quarta (23), aos 87 anos. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Português, onde foi submetido a uma cirurgia após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) do tipo hemorrágico, na segunda (21).


Fonte e fotos G1

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